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ARGUMENTOS DE BOLSONARO

FUGA OU ALUCINAÇÃO

ARGUMENTOS DE BOLSONARO
ARGUMENTOS DE BOLSONARO (Foto: Reprodução)

“Alucinações ou Fuga? A Justificativa Polêmica de Bolsonaro para Violação da Tornozeleira”



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A justificativa apresentada por Jair Bolsonaro para a violação da tornozeleira eletrônica continua gerando intensa repercussão política, jurídica e social. Segundo o ex-presidente, o episódio não teve relação com tentativa de fuga, e sim com um surto psicológico provocado por efeitos colaterais de medicamentos que vinha tomando nos últimos dias. A defesa afirma que Bolsonaro experimentou um quadro de alucinações, paranoia e confusão mental, o que teria levado à atitude impulsiva registrada durante a madrugada.


De acordo com o relato apresentado na audiência de custódia, Bolsonaro disse ter acreditado que havia um equipamento de escuta dentro da tornozeleira. Essa convicção, segundo ele, surgiu de forma súbita enquanto enfrentava noites de pouco sono e sintomas de ansiedade intensa. Afirmou também que estava sob forte impacto de uma combinação de remédios indicados para tratar crises de soluços, dores e inflamações, que teriam provocado desorientação e distúrbios perceptivos. Diante da sensação de que estava sendo monitorado “além do normal”, teria usado um ferro de solda para abrir parcialmente o dispositivo e verificar o que havia dentro.


A defesa reforça que não houve qualquer intenção de fuga. Para os advogados, o ato de mexer na tornozeleira foi consequência direta do estado mental fragilizado de Bolsonaro, que estaria enfrentando reações adversas graves aos medicamentos. Eles sustentam ainda que o ex-presidente vive um momento delicado de saúde, lidando com uma série de comorbidades que exigem acompanhamento e uso contínuo de substâncias que afetam diretamente o sistema nervoso central. Por isso, pedem que ele cumpra prisão domiciliar, argumentando que a permanência em ambiente hospitalar ou residencial seria mais adequada e humanitária diante de seu quadro clínico.


Por outro lado, a Justiça interpretou o episódio de maneira completamente diferente. A decisão que manteve a prisão preventiva afirma que a violação da tornozeleira representa indício de tentativa de fuga. A magistratura considerou especialmente grave o fato de que, pouco antes do ocorrido, uma vigília havia sido convocada por apoiadores para se reunir nas proximidades da residência de Bolsonaro, o que poderia facilitar eventual evasão. Para o Judiciário, a sequência dos acontecimentos não deixa dúvidas sobre o risco de descumprimento das medidas cautelares.


No momento da audiência, Bolsonaro descreveu ter sentido “paranoia”, “medo” e uma forte sensação de vigilância. Disse ainda que, ao acordar no meio da noite com essas ideias intrusivas, simplesmente decidiu verificar o dispositivo. Pouco tempo depois, segundo ele, recobrou a consciência sobre o que havia feito e voltou ao normal. Ele estava acompanhado por familiares e assessores, mas nenhum deles presenciou o momento exato em que ele mexeu na tornozeleira.


O episódio reacendeu debates acalorados no país. Para quem acredita na versão médica, Bolsonaro é um homem debilitado, sofrendo com efeitos graves de medicamentos e incapaz de responder plenamente pelas próprias ações naquele instante. Para seus críticos, a explicação é apenas uma manobra construída para suavizar a gravidade da violação do monitoramento eletrônico — um ato que, em qualquer circunstância, representa afronta direta às ordens judiciais.


Independentemente da interpretação, o fato é que a justificativa de “alucinações induzidas por remédios” agora faz parte oficial da narrativa de defesa e pode influenciar os próximos passos do processo. O caso ainda está longe de uma conclusão definitiva. As decisões que virão podem determinar não apenas o futuro jurídico de Bolsonaro, mas também o impacto político desse episódio em sua trajetória e na cena nacional.


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